Além dos desafios estratégicos de que tem que cuidar, o setor segurador permanece envolvido por uma intensa vaga regulatória e absorvido pelas múltiplas exigências que dela decorrem.
... Exigências que afetam as organizações de forma ampla, seja abrangendo áreas técnicas, administrativas e comerciais, seja impondo adaptações em serviços, processos e sistemas.
... E exigências que transportam consigo necessidades de formação imensas, nem sempre facilmente conciliáveis com as atividades regulares, mas imprescindíveis para o sucesso das adaptações, e não raras vezes impostas legalmente.
Com toda esta carga de exigências, 2019 será ainda um ano com evoluções substanciais do contexto regulatório da atividade seguradora, sobretudo com o desenlace de dois processos legislativos nacionais da maior relevância - a transposição da Diretiva da Distribuição de Seguros e a execução no ordenamento jurídico interno do Regulamento Geral de Proteção de Dados - mas também com o desenvolvimento de processos legislativos internacionais - como os relativos à aplicação da IFRS 17 (a nova norma aplicável à mensuração e contabilização de contrato de seguros) e ao PEPP (Pan European Personal Pension).
Como se não bastasse, as empresas do setor não podem descurar agora outras competências especializadas de importância estratégica para o seu desenvolvimento a médio e longo prazo, à cabeça das quais as relacionadas com a inovação tecnológica e digital, que moldará previsivelmente elementos core da atividade, como a forma de interação com os clientes, a avaliação e perfilagem de riscos ou a regularização de sinistros e controlo da fraude.
Assim como não podem descurar as suas capacidades de acompanhamento da evolução do mercado, dos riscos que a sociedade vai criando ou moldando, que serão a génese dos seguros que o setor explorará quando os souber mensurar.
É neste exigente quadro de necessidades de formação que a Academia Portuguesa de Seguros quer aprofundar as relações com as seguradoras Associadas e seus parceiros, explorar formas de cooperação com as respetivas Academias ou unidades de formação, ser sua parceira privilegiada, participar no seu sucesso, apoiar a sua atividade.
Para tal, conta com um reforço das suas capacidades: (i) de intervenção na formação intraempresa, com um corpo alargado de formadores independentes, de competências transversais e com qualificações reais e experiência prática na atividade seguradora; e (ii) de produção e distribuição de módulos de e-learning, disponibilizando já um leque variado de módulos para os principais ramos e áreas da atividade, de curta duração, independentes e acessíveis.
E conta com o presente Plano de Formação, que inclui uma oferta de formação abrangente, diversificada e aberta, fruto de uma experiência de décadas desta Academia, mas sobretudo dos valiosos contributos dos inúmeros profissionais que interagem regularmente com a Associação e, em especial, da Subcomissão Formação, que é de importância fulcral na identificação das reais necessidades do setor e dos modelos formativos preferidos.
A todos a APS agradece reconhecidamente este apoio, na certeza de que é também um apoio ao desenvolvimento das competências do setor segurador português e, por conseguinte, à sua capacidade de responder eficazmente aos desafios que permanentemente se lhe colocam.